Thursday, September 4, 2008

Triste acontecimento em Luanda

Na madrugada de sábado desabou aqui em Luanda, conforme as fotos em anexo; um edifício do 7º andar onde funcionava a DINIC – Direcção Nacional de Investigação Criminal. Até agora ainda não foram determinadas as causas do desabamento do edifício, mas as autoridades angolanas têm a vergonha de divulgar o que aconteceu com aquele edifício. Muitas pessoas detidas perderam as suas vidas, principalmente na cela onde havia as mulheres. É de lamentar o triste acontecimento e a forma como é que a justiça angolana viola os direitos humanos: Prende as pessoas e são postos na cela, numas cadeias sem condições e não são julgados de imediato. Nós sabemos que a DINIC tem a competência de prender e julgar o cidadão e depois encaminhar para a comarca. A Solução agora esta por ai, e agora quem paga a vida destes senhores e até uma senhora com criança de 3 semanas esteve detida. Saudações

Monday, August 4, 2008

…Mestre sem Cerimónias…Angola em indiferido…e a preto e branco!

Alguém tinha reparado no som do MCK? ….eu, na minha pródiga ignorância ainda não! MC….para quem não sabe é acrónimo de Mestre de Cerimónias….ora cerimónia é coisa que este irmão não faz….não tem nada de timidez o primeiro album deste tipo! Nada daquela atitude “desculpem-lá-eu-quero-entra-nesta-cena-fazer-discos-e-portanto-vou-começar-sem-grandes-invenções” …a abrir a carreira um album cheio de sumo, cheio de som….cheio de africanidade. O video do single promocional tá absolutamente fantástico….podem vê-lo aqui. …a musica chama-se “Atrás do prejuizo” e narra o dia de um jovem angolano, é um conjunto de rimas discursivas….numa dicção clara e não repetitiva….o refrão é cantado por um clássico do Semba Angolano e a conjungação dos dois estilos está….simplesmente….FA-BU-LO-SA!!! …aliás todo o album aproveita a inspiração africana tradicional….e o mais incrivél é que às páginas tantas tás a ouvir um puto altamente criativo a rimar power atrás de power sobre a corrupção e banditismo, sobre a miséria e a degradação e na estrofe seguinte…..uma voz femenina a swingar uma ginga subtil em kimbundo….coisa mágica brother! coisa….mágica! transportamos santanás com os fatos e as gravatas luxuosos e negamos deus com actos ….é uma das coisas mais interessantes que o K(apa) manda logo na introdução do album. MENOS BOM…. ….existe sempre alguma coisa. Tem que ver com alguns maniqueismos do Hip-hop. Tem que ver com a incoerência de dizer “…tou farto de politicas” e fazer letras demasiado politizadas! Tem de ver com um certo sentimento de que o estado de coisas é negativo, uma certa procura de coisas más, de negativismo….é centrar o acto de cantar numa forma impositiva de afirmação…de a todo o transe comunicar algo de decisivo…importante….pela ruptura….um apelo à mudança….isso geralmente conduz ao radicalismo e é acima de tudo VULGAR(UCHO)….é pequeno…comezinho e insuficiente!. Mano!….se lêres isto atenta no seguinte….a arte é uma forma de expressão que se justifica por si própria, o acto de criar é em si magia pura….a maneira como geres a métrica das tuas letras, a fusão com as raizes do povo….a forma como agarras a linguagem….ampla, diversa e a misturas com com a pronuncia de bairro e os termos do calão de rua já basta!….não é preciso teres razão nas frases ue metes nas canções…agarra bem esse caminho de esclarecimento entre a sofisticação citadina e o rusticismo tribal….a dicotomia entre a urbanidade e a dificuldade de um percurso limpo….estrofe a estrofe!! ….isto claro dito por um gajo que não sabe nada de musica! fonte: http://pedromoraiscardoso.wordpress.com

Sunday, August 3, 2008

MCK: nutriçao espiritual

«Nutrição Espiritual» é o segundo albúm de MCK, depois de ter editado, em 2002, «Trincheira de Ideias». Este segunda longa duração apresenta-nos um MCK igual a si mesmo, activo e consciente socialmente. Rodeado de artistas angolanos brinda-nos com um álbum sincero e mais apetrechado musicalmente, em comparação com o registo anterior. Estas intenções de MCK são claras e não nos deixa com grandes dúvidas quando afirma: “a ideia è educar com música, fazer do rap um exercício intelectual de informação, formação de consciências e instrumento de mudança.” A matéria-prima das letras é a sociedade angolana, como o próprio admite “eu tenho a vida como fonte de inspiração das minhas letras, tudo aquilo que o dia-a-dia produz.”. Esta realidade é filtrada por um olhar consciente e crítico. «Nutrição Espiritual» é, por isso, um quadro da sociedade angolana, onde se critica vícios enraizados numa jovem sociedade que recupera de uma guerra civil dolorosa – “ Nutrição Espiritual é um ritual de terapia com música, ou seja, são músicas como alimento para alma, onde o artista procura satisfazer as necessidades do espírito levando as pessoas a um exercício de reflexão com o objectivo de preencher o vazio criado pela guerra” As letras são, em grande parte, construídas sobre quadros quotidianos que, sem ter grande presunção, conseguem mostrar uma realidade existente de forma simples mas, ao mesmo tempo, bastante pedagógica. Abordam-se temas complexos com um à-vontade desarmante, sendo disso exemplo a faixa «A voz do vírus», onde MCK encana a voz do vírus da Sida para consciencializar sobre este flagelo. Mas nem só de critica vive o disco, há também lugar para um hino a Angola e reflexões sobre a música daquele país. Naturalmente a sua música tem forte impacto no país “faço do rap o espelho da vida do meu povo e tenho sido feliz porque conto com o apoio de muitas pessoas que se revêem nas letras – artistas, políticos, escritores, professores e estudantes universitários…”. Apesar das letras e sua mensagem assumirem um papel crucial neste disco, a parte musical não é subestimada. Existe um óbvio cuidado musical e esse cuidado reforça a maturidade conquistada por MCK, em comparação com o registo anterior “Trincheira de Ideias”, datado de 2002. A base instrumental é bastante competente, não sendo monótona e não servindo apenas como transporte da mensagem. Tendo como grande mérito o uso de melodias africanas, fugindo ao standard americano e europeu, numa prova inequívoca de personalidade. Quase todos os produtores são de origem angolana, excepção feita a Xeg e a Conductor. «Nutrição Espiritual» é um disco sincero, onde se respira Angola em cada palavra, em cada instrumental. Para além das letras acutilantes e certeiras na crítica, outro dos méritos de MCK é a capacidade que teve em pegar numa fórmula musical não angolana e conseguir aculturar esse formato e não deixar que acontecesse o contrário. É, portanto, um disco de Hip-Hop Angolano e não apenas um disco Hip-Hop feito por um angolano. Esperamos que, muito em breve, o problema da distribuição no nosso país esteja resolvido para que, o público residente em Portugal, possa ouvir e sentir a música MCK. Texto publicado originalmente na revista DIF fonte:http://brutoefeio.blogspot.com

Friday, April 11, 2008

O Valete fala sobre o MCkapa!

MCK O Rap em Angola mais visível, tem uma cara muito festiva e exibicionista. É mesmo possível compararmos com o rap americano mainstream. Muitos sons para o club e muitos mc’s a celebrar uma suposta vida sumptuosa. MCK representa a face mais underground. Em Angola há também quem o classifique como um mc da escola do "Rap Revolucionário". O Mano conseguiu fazer um buzz estrondoso e hoje é conhecido e aclamado em Angola, e marca uma diferença assinalável em relação à maioria do rap Angolano mainstream. K fala da Angola real. A Angola da ditadura, a Angola dos indigentes, A Angola dos contrastes pavorosos. O Mano já chegou mesmo a ter problemas com o governo, por lhe terem associado a movimentos contra-poder. Seria muito fácil para o Kapa seguir as tendências do mainstream. Rimar "Money, cash, hoes" e provavelmente vender mais e ser até mais afamado do que já é. Mas o mano é bem maior do que isso tudo. Tem compromissos irrescindíveis. Está comprometido consigo mesmo, com a arte, e com a sua luta. Antes morrer de pé do que viver de joelhos. Eu e o Kapa, temos trabalhado juntos e temos uma parceria que de certa forma se enquadra no projecto "Um Só Caminho" e estamos a tentar abrir canais nos nossos países para mc’s da Lusofonia. O Kapa distribuiu o meu álbum em Angola, com enorme sucesso e agora vamos editar conjuntamente o Azagaia. Deixo-vos aqui dois sons do Kapa: http://rapidshare.com/files/104444534/mck-_2_sons.rar.html

Tuesday, September 11, 2007

Sunday, September 9, 2007

Letras do MCK em Italiano!

1 Dietro al pregiudizio (narra una giornata tipica dell’artista) Oggi il sole è sorto prima, è iniziata la giornata Il gallo ha cantato alle 4 motivi per poesia Ringrazio Dio per un altro giorno di vita Alle 6 del mattino sono pronto per il battito Bidone in spalla non ho acqua in casa Vado a raccoglierla da sotto il ponte, devo darmi una mossa Dopo vado a mettere qualcosa tra i denti Una tazza di latte due uova e Ora sto bene devo scappare alla FAN (università di luanda) A dopo Jamila ciao nonna Attraverso il musseque sono già sull’asfalto I cittadini reclamano i prezzi sono più alti Immondizia per strada Aumenta il prezzo dei combustibili titola il giornale L’ambulante grida il nome del prodotto che vende Contratta un po’ abbassa il prezzo per vedere se l’affare riesce Ragazzini camminano per andare a scuola con i grembiule bianco Le minigonne esibiscono gambe da palanche “Dalla piazza di maggio fino al Ginga” “Come va Katrò?” Un colpo di fortuna sul taxi il bigliettaio è mio bro Kuduro negli autoparlanti stavo ascoltando il suono dei generatori Rit x 2 sorriderò per non piangere è un altro giorno della mia vita canterò per non pensare ai problemi della vita il viaggio sembrava una corsa di formula uno l’autista non rispetta neanche un segnale arrivo a scuola alle 7:30 disposto a memorizzare materia e a consumare inchiostro rimango deluso già fuori al cancello c’è sciopero in facoltà i prof reclamano il salario tempo è denaro scappo da lì me ne vado a usare i soldi del biglietto in un internet cafè sono di ritorno a casa osservando la strada fratello dammi 10 la miseria continua ho quasi pianto quando l’ho visto non ho resistito all’impatto di fatto rimasi stupefatto vedo un uomo a prendere a calci una venditrice ambulante incinta era uno della polizia fiscale con il suo atteggiamento arrogante quando c’è chi piange c’è sempre qualcun altro che sorride una vecchia affogava la tristezza con una Cuca BGI la donna sorride perché ha riempito la busta “kishikila rendeu” una bella ragazza viene a chiedermi aiuto “mi hanno rubato il telefonino” la ignoro e non mi fermo continuo senza ascoltarla chi evita non è scemo, o rischi un coltello in collo sono le 12:30 è ora di pranzo rit 14 in punto devo andare a faticare oggi ho delle consegne al S Paulo mi vesto meglio per avere un’immagine più figa faccio il promotore di vendite e guadagno una percentuale devo saper imbistare bene per conquistarmi il gestore il mio lavoro è pubblicità e fregare i clienti in pace e umiltà sta andando tutto bene stringo i denti e vado a contrattare con qualcun altro già ho concluso 4 affari adesso vado dietro alle commissioni ho firmato un bel contratto con il capo del magazzino ho finito la giornata alla grande con otto note tutte testa grande tutta la calma è necessaria a causa dei ladri non tutti sono passeggeri attenti alle spinte arrivo a casa affaticato, vado dritto a letto sono stremato oggi non voglio vedere la ragazza, oggi non chiamo la ragazza 4 La voce del virus Non ti ricordi più del giorno e neanche la misura Esagerasti con la dose e il prezzo è la vita Non puoi più tornare indietro. Hai esagerato con alcol Non vale la pena piangere già sto nella tua vita Piacere di conoscerti sono l’AIDS Sono arrivato a te grazie al tuo orgoglio Puoi trattarmi come HIV Bro provocherç tanto casino La mia origine non si conosce amico Non ti so dire se fui creato o se derivo dallo chimpanzé Ti ricordi di quella figona Quella tale Josefina che ti sei fatto a Lisbona Io stavo dentro di quella tipa Volevi carne su carne e negasti il preservativo Sexiboy eroe del letto Mi ricordo che eri fatto E così mi ospitai nel tuo corpo Oggi inforco le tue cellule giornalmente Non ti risparmio e t’ammazzo lentamente Ti uccido con calma Rit x 2 Non val la pena disobbedire alle mie leggi io detto le regole ho poteri da re per ogni dieci di voi ne sto dentro tre piacere di conoscerti sono l’AIDS causo danni in molte famiglie uso corpi attraenti come trappole non è invano che hai visto le cliniche piene butto nelle fosse le vite d’altri sono il più forte tra i virus al contrario dei proiettili ti uccido con calma e poi mi ritiro giro in Africa, il mio epicentro non esco più dagli organismi in cui entro per mezzo di relazioni sessuali mi moltiplico per mancanza di valori morali niente mi ferma ho più resistenza dei retrovirali loveyou, bingo chiwawa e guys frequento tutti i locali approfitto dei desideri carnali faccio vittime mortali merito titoli da giornali riduco la forza produttiva fabbrico orfani accumulo vedove riduco l’economia uso troie, topmodels e indossatrici imprenditori in Prado e semplici Joaquims capacchioni pelati dottorati e tipe bling rit x2 fratelli imparate dagli esempi in meno di 20 anni ho già ucciso più di tutte le guerre messe insieme non vi permettete di disobbedire alle mie leggi io detto voi obbedite oppure vi finisco per questo rispettate i vostri partners parlate di me a quelli che ancora non capiscono e usate il preservativo e se sei infettato non è la fine, usa il tuo esempio per salvare vite diventa attivista e aiuta l’africa e il mondo a combattere l’aids viva il sesso ma viva il sesso responsabile viva la vita 5.Vittima del sensazionalismo Analisi errate interpretazioni cattive Idee annacquate meschinità inventate definizioni Violazione della libertà di creazione Censure calunnie e diffamazioni Giustificazioni manipolatore false opinioni Kapa è questo kapa è quello stupide conclusioni Tante bugie sul mio conto per offuscare Hanno crocifisso il disco nelle recensioni Giornalisti hanno detto che mi hanno arrestato Disc jokey si sono messi a dire che il disco non ha venduto I pettegoli poi hanno detto ‘Katrogi è morto!’ Mi hanno lanciato nel fuoco come Galileo La società mi ha preso per pazzo e la chiesa per ateo Troppa sabbia per il mio camion Inferno o cielo chi ha ragione loro o io ? Questa è la questione Cristo o Barabba Vi chiedo di riflettere La società cammina con le gambe all’aria Tutti seguono l’onda ma lascio la vita trasportarmi L’arte vera pochi vogliono farla Gruppi si separano per causa del cachette Artisti usa e getta, canzoni senza contenuto Voci stonate la radio trasmette di tutto Basta corrompere il DJ per entrare in scena Pure i figlietti di papà vogliono mettersi a cantare Adolescenti seminude sfilano in TV In pubblicità di bibite e telenovele Quello che osservo nei videoclip non mi dice niente Promuovono solo futilità in maniera spudorata Tentazioni materiali tette esposte Gioielli macchine culi in mostra E in questo che scommetti? E questo che ti piace? Lasci tuo figlio a vedere la televisione Poi dici che sono io che non ho educazione vecchi si mettono con ragazzine cazzoni di 60 anni mettono in cinta quattordicenni a destra il bairro azul a sinistra il Prenda cos’è che incentiva la violenza? I testi di kapa o una distribuzione ingiusta del reddito cos’è che frustra il cittadino? Le canzoni di katro o il nuovo modello di macchina che è arrivato? Terrorista di radice chi è? Il giornalista dell’ Iclesia o il soldato dell’UGG ? Pestare le venditrici ambulanti è fare giustizia? Chi è che tocca i vostri conti in banca in svizzera? Di ladri di galline le prigioni sono piene, chi spreca il denaro del popolo ha un seggio in assemblea Le province vanno in malora ma non succede niente Dopo due maratone il popolo si dimentica Il parlamento non dice niente il tribunale non giudica Governatori esonerati passano le ferie in Portogallo Visitano i villaggi sono nella fase elettorale con le magliette del partito, zucchero e sale portano le biciclette ai capi del villaggio e stoffe per le vecchie le bandiere sono vostre e il pazzo sono io sempre interpretato male come Galileo la ribalta e il maggior palco dello scandalo le bandiere sono vostre e io è che sono il vandalo non sono poche le storie di idiozia. Giovanna Pinto ha scoperto la verità sulle miss la volontà di diventare famosa e mancanza di auto-dominio gambe aperte attirano sponsor

Friday, July 13, 2007

MCK no Jornal De Angola!

Os novos estilos de música e dança urbana emergentes na capital angolana nos últimos sete anos, foram os principais atractivos da cultura de Angola apresentados sábado, 7, no África Festival que encerrou ontem no Cine São Jorge, em Lisboa. O kuduro e a tarrachinha, mostrados no filme "Mãe Ju", de Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves, dominaram a noite da mostra de cinema documental africano, dentro do África Festival, sob o lema "Sons e visões de África". Além disso, Angola intensificou a sua presença com um espectáculo ao vivo e já a madrugada, com MC K em palco, Keita Mayanda, Ikonoklasta, Leonardo Wawiti, Ndu, Gogui, João Gomes e Nástio Mosquito. A plateia, apesar de diversificada em termos de nacionalidades, era dominada por angolanos e portugueses que ovacionaram e interagiram tanto no momento do filme como do espectáculo. A performance de Nástio Mosquito, alternando a declamação com cantigas em jeito de sátira, bem como as canções de MCK, dominaram o espectáculo. Os portugueses não hesitaram, se levantaram, cantaram e vibraram fortemente ao lado da comunidade angolana residente em Lisboa. "Acho que foi interessante pois, tratou-se da primeira vez que cantei especificamente para o publico português", referiu MCK, autor de "Angola é de todos nós", um dos temas que preencheu a noite, dentro do programa artístico-cultural das festas de Lisboa, organizada pela Egeac. MCK ficou surpreendente ao ver os portugueses acompanharem literalmente as suas músicas. Na sua opinião, o espectáculo serviu como uma pedra para mostrar um pedaço do potencial artístico angolano e mostrar que "ao nível governamental, Angola e Portugal devem criar políticas culturais afim de se evidenciarem outros novos talentos de ambos os países". Mas, adiantou, "o que aconteceu aqui foi uma boa experiência". Depois do espectáculo, a noite angolana continuou no hall do cinema São Jorge, com o Dj Kalaf, a executar músicas de diferentes épocas, desde os anos 60, 70 e 80, com sembas, rumba, zouk e kizomba. No decorrer do evento, foram projectadas ainda fotografias sobre Angola, quer da fauna, quer da flora, incluindo paisagens diversas que evocam a riqueza do turismo do país.

Friday, June 15, 2007

Biografia do MCK

BIOGRAFIA: Nasceu em 1982 em Luanda, ganhou notoriedade. A guarda pretoriana de José Eduardo dos Santos matou, a 26 de Novembro de 2003, Arsénio Sebastião "Cherokee", 27 anos, por cantar "A téknica, as kausas e as konsekuências" de MCK, também conhecida como o "Sei lá o quê, uáué". Por sua vez, Cherokee tornou-se num símbolo da injustiça em Angola, onde o poder mata cidadãos, como quem abate coelhos numa caçada desportiva, e com satisfação. Esse facto trouxe à tona a insustentável leveza do poder. Uma ditadura de mais de um quarto de século estremece ao som improvisado da verdade. A estrofe "quem fala a verdade vai p'ro caixão", acabou por ser o único elo de entendimento entre o cantor, a vítima e os carrascos (o poder). o rapper MCKappa (ou MCK) é uma espécie de voz quase solitária em sua Angola. Por suas letras virem carregadas de denúncias sociais e alertando para a democracia ditatorial imposta em seu país, MCK já sofreu ameaças. Já o quiseram calar. Mas ele não se intimidou. “A música é um instrumento de luta”, prega na abertura de seu CD Nutrição Espiritual (Masta K Produsons), o segundo da carreira. Nela, ele defende ainda que o rap angolano tem de trazer a própria identidade, a própria cara, “a fotografia da voz”. “Para que imitar o 50 Cent?”, chega a questionar. Segundo ele, em Angola, não existem muitos rappers nessa linha mais revolucionária. Grande parte deles prefere continuar a copiar o modelo de rapper criado pelo americano, que exalta as festas, as mulheres. Em cada faixa, MCK traça um pouco do retrato de quem vive na favela angolana - que não é muito diferente da realidade de quem mora na favela de qualquer lugar do mundo. Por isso, as agruras contadas e rimadas por ele se tornam tão universais. Em Atrás do Prejuízo, fala da luta diária por trabalho, por sobrevivência. “Eu vou sorrir pra não chorar é mais um dia na minha vida”, diz no refrão. Alerta que a democracia não cai do céu em O Silêncio também Fala, numa referência direta aos governantes de Angola, onde a liberdade de expressão é controlada e o totalitarismo, velado. Longe de ser um rap de entretenimento, desses que ouvimos a toda hora nas rádio, Nutrição Espiritual é um CD de letras diretas, fortes. Não indicado para estômagos sensíveis.

Thursday, June 14, 2007

Quando il silenzio del popolo parla

di Rafael Marques (traduzione: Francesca Cricelli per Informazione senza friontiere) 7 febbraio 2004 “Il rap è parlare in rima al ritmo di un battito”, Kurtis Blow Tra gli angoli ed i labirinti che ritagliano la periferia del Margoso, serpeggiano infiniti corsi d’acqua fetida. Da queste parti passano e abitano, ormai abituati al cattivo odore, generazioni di cittadini, abbandonati all’oblio. É per queste strade, per questi angoli politicamente dimenticati, che una generazione di giovani, risentiti ed esclusi, ingaggiano in una nuova rivoluzione politica, attraverso il rap per le accumulate frustrazioni di una cittadinanza rubata. MCK, 22 anni, ha guadagnato notorietà. La guardia pretoriana di Eduardo dos Santos ha ucciso, il 26 novembre 2003, Arsénio Sebastião “Cherokee”, 27 anni, per aver cantato “A téknica, as kausas e as konsekuências” (La tecnica, le cause e le conseguenze) di MCK. A sua volta, Cherokee é diventato un simbolo dell’ingiustizia in Angola, dove il potere uccide i cittadini, come chi fa fuori conigli in una caccia sportiva, e con una certa soddisfazione. Questo fatto ha portato a galla la fragilità del regime. Una dittatura di oltre un quarto di secolo trema all’improvviso di fronte al suono della veritá. Una strofa “chi dice la veritá finisce nella bara”, é l’unico filo di comprensione che lega il cantante, la vittima e i boia (il potere). Scendendo lungo quei vicoli, sulla strada di casa, MCK scherza sul suo status sociale soprattutto quando, durante la mattina, si dedica a trasportare l’acqua a casa, con un bidone sulle spalle, dietro alla schiena sulle spalle o con le mani, in qualunque modo sia possibile farlo e per il maggior numero possibile di viaggi. “Sono il piú piccolo di casa, e devo portare l’acqua tutti i giorni” racconta. La sua stanza é troppo piccola, anche per una sola persona. Durante la stagione delle piogge le preghiere aiutano a conservare la casa e la fede. In questo spazio di sopravvivenza, si ritrovano altri attivisti del rap. Furacão e o Keyta Mayanda. Mancava Brigadeiro 10 Pacotes, incaricato di organizzare la messa mensile per la memoria di Cherokee. L’oltraggio che si legge nei volti delle persone e nei cartelli appesi sui muri dei vicoli del Marçal, dove viveva Cherokee, é una dimostrazione di maturità acquisita e di presa di coscienza sulla realtà del rapporto tra il regime ed il popolo. In un paese dove la solidarietà e lo spirito d’impossessamento del potere si sono uniti, i rappers sono riusciti, per propria iniziativa, a mettere insieme all’incirca 1.000 dollari da regalare alla famiglia della vittima. E ancora, MCK si è impegnato a prendersi cura della scolarizzazione degli orfani di Cherokee. MCK vende in modo indipendente i suoi dischi ed investe i suoi guadagni nelle cause da lui sostenute. Questa è la sua rivoluzione. “Dobbiamo promuovere una rivoluzione mentale per correggere ciò che è avvenuto del 1975. Il colonizzatore è cambiato ma il sistema è rimasto uguale. Noi non siamo nessuno nel nostro paese,” ha dichiarato Keyta Mayanda. “Schiacci play e cadi in una trincea di idee”, avverte la prima canzone del CD di MCK, con 13 tracce, con il suggestivo titolo “Trincea di Idee”. Questo album ed altri, tanto radicali quanto “Conosci la verità e la verità ti libererà”, di Brigadeiro 10 Pacotes, sono stati registrati e prodotti in studi improvvisati, come munizioni per alimentare un fronte ideologico. Taxisti volenterosi, gli indispensabili candongueiros, trasportatori delle masse, sono tra i principali propagandisti del risveglio delle coscienze, artefici anche loro di questa politicizzazione delle masse. Mettono sullo stereo delle loro macchine, cariche di passeggeri, questo tipo di musica contestata e censurata, la cui qualità si vede nel contenuto dei testi ma anche nel ritmo. “Il governo suona uno strumento diverso”, dei Brigadeiro 10 Pacotes, è la canzone più controversa e ascoltata in questo circuito di distribuzione. È uno scontro diretto e discorsivo contro il Grande Soba. La rivoluzione delle masse Frantz Fanon avverte i politici africani sulla politicizzazione delle masse. Essa non avviene e non può avvenire attraverso un discorso politico: “Politicizzare é aprire lo spirito, è risvegliare lo spirito, dar luce allo spirito”. Nei luoghi dove si incontrano le masse – la maggioranza assoluta – il silenzio del popolo è imprigionato nella miseria, è stato paralizzato dalla guerra e dalla repressione. La traccia numero 11, “Ekos de Revolta” (Echi di Rivoluzione), risveglia questo spirito addormentato – balumuk. È un’analisi di un “popolo che soffre nelle mani dei governanti”. Esamina l’ importazione dei costumi (e delle maschere) occidentali da parte della classe politica che saccheggia le risorse del popolo e retribuisce con “bei discorsetti”. “Ekos de revolta” fa appello ai cittadini perchè “si preparino/ il silenzio del popolo parla/ la passività del popolo esplode”. La rima riassume il messaggio sul e per il popolo: “noi siamo politicamente addomesticati Economicamente colonizzati Culturalmente stagnati Socialmente arretrati(...)” Da dove arriva questa coscienza critica? MCK indica la vita attorno a sè. Ha finito il suo corso di scuola superiore in amministrazione e non ha né l’accesso all’università pubblica né le risorse per iscriversi a una scuola privata. “Vivere nel musseque significa essere un eroe”. Troppa miseria, troppe malattie... tuttavia, vi sono anche alcune conquiste quali la libertà di stampa. Il cantante ha sotto il suo letto una grande collezione di ritagli della stampa, dove abbondano i casi di corruzione, mal-governo ed altro! “Scriviamo i nostri testi in base a ciò che riceviamo anche dalla stampa e dalla Radio Ecclesiastica”, Nonostante la sua ristretta circolazione, in media un totale di 30.000 copie a settimana per oltre 3,5 milioni di abitanti in Luanda, la stampa indipendente è stata un vero motore per la creazione di una coscienza democratica che inizia ad imporsi. Anche per questo la traccia numero 6 di “Trincea di Idee”, “Topikos p’ro argito” è un tributo alla stampa indipendente e una parodia di quella stampa che serve solo ad abbellire la realtà. Vi è la partecipazione di Brigadeiro Mata- Fracos, Iconoclasta, Kua Kubanza e Mil & Segundo. Il tema tratta, in maniera forzatamente positiva, cosa è cambiato e cosa non lo è, e constata che “l’estetista della polizia ha voti pettinati/ (...) Il Parlamento, in fondo, è una commedia/ e chi può farne qualcosa non se ne frega/ (...) i giovani sono persi nel deserto come i cammelli (...) E la conversazione continua nel luogo del delitto, all’aggancio di Mussulo, dove la guardia del Senhorio, a mezzo giorno in luogo pubblico, ha torturato ed affogato Cheeroke. Lì dove l’elite si rilassa e gode dei privilegi di una Angola per poche persone. In questo cimitero delle verità, dove il silenzio del popolo è festeggiato con risate e sdegno. È parte del processo. “I nostri cuori sono infranti”, lamenta la perdita di Cheeroke un suo amico e collega, lavatore di auto. A voce alta scarica la sua rabbia. “Le autorità che volevano farlo fuori, avrebbero dovuto prendere MCK e non un innocente. Vogliono vederci vivere come muti”. MCK abbassa lo sguardo, gratta gli infradito invecchiati dal camminare e sospira. Non è innocente. L’uomo che lava le auto non lo conosce. Egli continua a parlare, e dice di non dover più toccare questo argomento per non infastidire gli uomini della presidenza e della DNIC che sono in giro. Quanto piú parlava della paura meno impaurito si dimostrava. Forse preferisce il discorso indiretto, mantenere il velo della paura. L’intromettersi della musica nei meandri della politica non rientra nei calcoli fatti e negli scenari elaborati. Soprattutto questo rap inventato all’inizio degli anni ‘70 nei ghetti del Bronx, a New York, da criminali dotati di una grande creatività, che fondevano ritmi e melodie di musiche conosciute con la poesia sulla vita nei ghetti. Senza la previsione di cambiamenti né di nuove elezioni, quale sarà l’evoluzione dell’abisso che separa il regime, l’opposizione, i centri urbani, i musseques di Luanda, gli antichi combattenti, i palazzi dei governanti ed il resto del paese? fonte:http://www.isfreedom.org/home695.htm

A Téknika, as Kausas e as Konsekuências

A letra da música que está aqui exposta em forma de post foi enviada por um anónimo, amigo do cantor e autor angolano MC K. A letra tem uma forte critica a um partido político, mas tem também, o que penso ser mais importante, uma forte mensagem social e cívica na medida em dá ênfase a inércia do povo angolano no que respeita ao dever de cidadania. Peço aos leitores que ignorem, porque isto é um Blog sem cor partidária mas que se afirma de critico social, a mensagem politica e que se foquem na crítica social. Segundo informação também fornecida pelo amigo anónimo de MC K, esta música causou a morte de um jovem, por parte de militares angolanos, que o espancaram até a morte enquanto ouvia e cantava a música em questão. Pai de dois filhos, que ganhava a vida a lavar carros. Os links que se encontram em baixo falam sobre o assunto: . c http://www.isfreedom.org/home695.htm http://allafrica.com/stories/200312040283.html . Álbum: Trincheira de Ideias A Téknika, as Kausas e as Konsekuências Seilaquê wawê (8 x) Cidadão angolense acorda antes que o sono t'enterra se deres ouvido a minha poesia conhecerás a cara e o nome do mosquito que nos ferra saberás que a causa do caos do povo não foi apenas a guerra, o quotidiano mostra a cor da corrente que nos cerra: preto em baixo, vermelho em cima e amarelo no meio, envolvida por anéis d'utopia na parte externa. A inocência fabrica e multiplica as vítimas da escravidão moderna. Como a massa desconhece a técnica da M.anipulação P.opular de L.ixamento A.ngolense ninguém sente o peso da algema. O teu caso é uma prova visível da arte dos lobos, os teus argumentos são frases incompatíveis da filosofia suprema, não tens abrigo, procuras emprego há séculos mas continuas fiel ao sistema. Estás preso, sob uma frequência de controlo automático de grades invisíveis (eles traçaram o teu futuro no ventre da tua mamã!), sofres diariamente, não sabes como reclamar, as armas calaram mas o teu estômago continua em guerra, a luta começa no dia do teu parto, com a primeira gasosa que os teus pais pagam à equipa médica em serviço e só acaba com o último batimento do teu coração! Guerra é luta e luta é mesmo isto! A tua esperança anda mais de 40 anos no verão e afastaram-te dos livros desde criança, aos 12 anos uniram-te às cervejas encheram o teu fim-de-semana com maratonas e deram-te uma educação mutilada! Aniquilaram o teu espírito de revolta com igrejas! Tens uma década de escolaridade, sobre a vida não sabes nada. Cultivam em ti o medo que semearam nos teus pais. As tuas atitudes dependem da rádio e da televisão, já sei que não vais compreender o refrão, isto é uma figura de estilo irónica, pede explicação. Refrão: Seilaquê wawê (8x) Tira a poeira das vistas, abre o olho mano, desliga a televisão, rasga o jornal e analisa o quotidiano, vai em busca da realidade do modo de vida angolano. Irmãos, qual é a liberdade que nos deram se a arrogância política não cessa? Quem fala a verdade vai p'ó caixão, que raio de democracia é essa? Nos livramos dos 500 anos de chicote mas não utilizamos a cabeça, depois da queda do colono, em vez de uma independência deram-nos quase meio século de má governação, hoje os dirigentes estão com as imagens gastas porque o poder não regista circulação, criticam os professores e enfermeiros por causa da corrupção, esquecem-se do orto da instabilização. Somente os da esquerda sabem que o erro parte do organigrama padrão, transcrevendo um processo hierárquico torto até ao último escalão. Parem de agitar as gasosas aos polícias, as kinguilas não são as culpadas da inflação, a causa do sofrimento angolano reside na filosofia do desumanismo, na política do egoísmo, na artimanha do estrangeirismo. O modo de vida luxuoso da burguesia faz parte do processo palpável do vosso egocentrismo. Assim como os donos dos colégios pertencem ao Ministério da Educação, os donos das clínicas privadas pertencem à Saúde. O que m'irrita não é a cara do indivíduo, é a atitude, as vossas acções demonstram a extinção da virtude. Ignoram o papel do Estado em benefício das vossas necessidades, o dinheiro que restou das vossas contas bancárias está todo investido em “projecteis”, prometem-nos um amanhã melhor com escolas sem giz. Refrão Graças à deus escapei da artimanha estratégica, tive a sorte de não ser mais uma vítima dos “frangos da Bélgica”, mas como os efeitos da “Téknika” geram várias tendências, fui psicologicamente afectado por outras “Konsekuências”: a multiplicação da ganância e a soma da luta armada ofereceram à pátria a dor infinita e a miséria avançada, exportamos o petróleo, importamos o sofrimento, ganhámos 7 campeonatos de guerra no último decénio perspectivava-se novo título neste milénio. “A vitória certa” pintou Luanda de deslocados nas curvas, perdemos soldados mas ganhámos viúvas! Somos os maiores importadores de pares de muletas dentro e fora do mundo luso, as vacinas da pólio não reduzem o elevado número em uso. Dizem querer desenvolvimento p'rá Nação, com 1 médico p'a mais de 90 pacientes e 1 mina p'rá cada cidadão? Indústrias paradas, 4º lugar da corrupção. Ganhámos o prémio Nobel do paludismo e da malária, gastámos o dinheiro na compra d'Audis recentes e comemos o arroz estragado das ajudas humanitárias. Somos uma potência de deslocados, mutilados, desmobilizados, refugiados, enfim... vivemos tantas atrocidades porque os políticos querem assim. Temos máquinas de guerra com equivalência de 10 escolas, promovemos o analfabetismo, a falta de espírito de paz gerou desumanismo. Han... temos mais armas que bonecas, menos universidades que discotecas, mais cantinas que bibliotecas, o povo conhece a verdade mas cala o velho ditado diz: “O Silêncio também fala”!!! .

Tuesday, June 12, 2007

Eu sou militante de uma Angola melhor" afirma Mc K

Eu sou militante de uma Angola melhor" afirma Mc K Quinta, 02 Novembro 2006 Luanda - MCK já foi para muitos um mistério. Hoje aos 25 anos de idade, este músico ficou conhecido por alguns trabalhos underground de forte crítica social ao regime político. Por causa disso, alguns conotaram-lhe a UNITA. Ao longo desta entrevista, desfaz alguns mistérios, fala da sua felicidade pelos mais de dois mil discos vendidos, do rap nacional que tem uma preocupação acentuada pelas vendas e um desprimor pela letra. Tal como diz, rap é mensagem e ao parafrasear, todo o homem é um animal político. Alguns dias depois da sessão de vendas, MCK falou ao Angolense, via internet, dados os constrangimentos que se colocaram ANGOLENSE (ANG): Qual é o balanço que faz da sessão de vendas na portaria? Mais de 3 mil CDs vendidos, correspondem a sua expectativa? Porquê? MCK: As minhas expectativas giravam em torno da dualidade entre arte e negócio, a música é arte, mas, o meu CD é uma mercadoria e, como tal, obedeceu ao padrão promocional que qualquer outro produto sofre antes de entrar para o mercado. Assim sendo, a não autorização das vendas no dia 8 de Outubro na portaria da RNA representou danos económicos, levando em consideração os transtornos publicitários de pósteres, panfletos, jornais, spots televisivos e radiofónicos, uma vez que tive custos consideráveis com a promoção. Ainda assim, o saldo positivo deve-se ao facto de ser um artista independente que não goza de nenhum patrocínio institucional e de uma vertente musical não comercial. Mas poder contar com o apoio e o carinho de mais de 3000 pessoas que, além de comprarem CDs e t-shirts, aguardaram pacientemente a enorme fila, para sessão de autógrafos e apresentação de felicitações com frases de encorajamento, numa clara manifestação de respeito e admiração do trabalho. Isto foi bastante emocionante! ANG: Que canções e mensagens podemos apreciar neste seu novo CD? Continua na linha de crítica social? MCK: O meu álbum devolve ao rap a sua característica fundamental, que tem sido tomada por assalto por um senso materialista excessivo, pura e simplesmente preocupado com as vendas. A minha mensagem demostra a essência do hip hop, onde o rap é um estilo musical de intervenção social. Assim sendo, faço uma fotografia do país nas minhas letras, procuro relatar tudo aquilo que o dia a dia produz, sendo a maneira como as pessoas vivem o centro de inspiração. Por isso, no álbum existe uma diversidade temática que passa da tristeza à alegria, da política ao amoroso, do social ao sentimental com uma análise tragicómica da realidade sem maquilhagens de Luanda até às comunidades abandonadas do interior do país. ANG: Sente-se um político? O rap como música de vanguarda está em extinção para as letras bacocas e fáceis? MCK: O rap traz na sua historicidade um cunho político muito forte, pois nasce no seio das comunidades pobres e descriminadas na ressaca dos movimentos activistas pretos norte-americanos, na ressaca do movimento de Harlem, black painters, Malcom X, Garvey e outros.... a isto associa-se o facto do homem ser um "animal político" como dizia Aristóteles no passado, pois não pode pensar numa vida em comunidade sem a política como linha de orientação e condução dos destinos dos povos. Cada sistema político representa o elo de ligação entre o Estado e o cidadão, com as actividades sociais devidamente demarcadas pelas fronteiras entre direitos e deveres sociais. A participação na vida política e social não deve ser encarada apenas como exclusividade de políticos e dos partidos... apesar de não me sentir um político por excelência, sinto-me um actor social inconformado com a situação e que usa a música como meio de manifestação. ANG: Qual foi a sua reacção face a morte do ambulante por estar a cantar a sua música? MCK: Tristeza profunda!!! Constrangimento... pois foi uma atitude condenável ao extremo, por se tratar da violação do mais humilde dos direitos humanos, o direito a vida.... assim como o desrespeito ao grande alicerce da democracia que é o pluralismo de expressão... foi um acto de terror que pra mim representou a maior semente de medo dos últimos anos... mas felizmente pode-se contar com o apoio de algumas pessoas e instituições locais e internacionais como os Srs. Justino Pinto de Andrade, Rafael Marques, a Rádio Ecclésia, a Open Society e muitas outras... ANG: O que pensa do rap em Angola? MCK: É a febre da juventude! Cresceu significativamente nos últimos anos, mas ao mesmo tempo sinto que perdeu em profundidade aquilo que ganhou por extensão. Hoje, lança-se mais CDs, existem mais produtores, a imprensa nacional promove mais, mas, perdeu alguns aspectos ligados a originalidade dos artistas, a beleza textual e coerência temática das letras, porque hoje as pessoas fazem a música com uma mentalidade mercadocêntrica, super preocupadas em vender o maior número possível de CDs, por isto alguns usam muitas futilidades como instrumento comercial, as jovens semi nuas nos vídeos, as letras sem ideias e a ostentação material que contrasta com o nosso modo de vida. No meu ponto de vista, a música devia representar o espelho da vida do povo. ANG: É verdade que é militante da UNITA? Se não, qual é o seu partido, podemos saber? MCK: Eu penso que já é altura de construirmos uma mentalidade social desapegada de interesses partidários. Reprovo a ideia de que a participação a vida política e social tem que ser uma exclusividade de partidos e políticos. A sociedade civil não é constituída apenas por partidos políticos, eu sou militante de uma Angola melhor aonde a paz se faz acompanhar do seu ingrediente fundamental, a justiça social; onde os recursos naturais representam sinónimos de estabilidade, progresso e qualidade de vida; aonde o tempo entra como uma variável na equação da vida como um recurso irrenovável; aonde cada um de nós se sinta parte do conjunto, com educação e saúde; onde a governação se assenta no principio da transparência e seriedade. Logo não sou militante da UNITA nem do MPLA... o meu exercício artístico não traz cores partidárias. ANG: Foi mesmo alguma vez perseguido? Porquê e por quem? MCK: Depende muito daquilo que se entende como perseguição. O sensacionalismo, por exemplo, é uma maneira inteligente de intimidação. A morte do miúdo Cherokee, o que é? A expulsão de um técnico de rádio, as proibições, as cartas, os recados, os telefonemas e ameaças dos pombos correios de varias instituições públicas são maneiras quase que invisíveis de impedir a liberdade de criação artística. Boa questão para em conjunto respondermos. ANG: Quem é o MCK? MCK: MCK é um jovem de 25 anos de idade que reparte a sua vida entre os estudos, a música e o trabalho. Artisticamente conhecido com os seus álbuns "trincheira de ideias" e "nutrição espiritual", que faz da música um exercício intelectual de partilha de educação, instrumento de luta, de informação e formação de consciências. Fonte: Jornal Angolense

O rap contestador de McKappa chega ao País

Uma das raras vozes do rap angolano a criticar a desigualdade, tenta um intercâmbio cultural com o Brasil e divulga novo CD Nutrição Espiritual De passagem pelo Brasil pela segunda vez, o rapper MCKappa, de 25 anos, é hoje uma voz contestadora quase solitária em sua Angola. O rap, em cuja essência prega a intervenção social e a crítica às desigualdades, não encontra naquele país muitos porta-vozes dos efeitos colaterais de uma democracia ditatorial, em que a liberdade de expressão é controlada pelo governo. Kappa é um dos poucos dessa linhagem. Por denunciar as agruras da realidade de sua terra nas letras que escreve, o rapper já foi alvo de ameaças. Para ele, um furo n¿água: em vez de amedrontá-lo, a retaliação lhe deu forças para continuar no ofício de contestador e permanecer em Luanda, capital angolana. Letras de protesto Nascido em Luanda, filho de pai motorista e mãe doméstica, o angolano MCKappa, ou MCK, não revela o nome verdadeiro para preservar sua segurança e identidade. Tem motivos de sobra para isso. Não só as ameaças anônimas que recebe - hoje, menos - o fazem querer se proteger. Um incidente ligado a ele e sua música lhe caiu como uma bomba. E o abalou. Ele também fará uma participação especial no show dos Racionais MC¿s, no dia 6, em Osasco. Mas além de divulgar sua música entre os brasileiros, Kappa veio imbuído da missão de visitar algumas ONGs, como a de Gringo Cardia, MV Bill e do AfroReggae, conversar com estudantes e trocar informação com quem desenvolve projetos sociais bem-sucedidos dentro de comunidades carentes. "Em Angola, não há esse espírito de vida em comunidade, com artistas à frente dos projetos", comenta. "Vim de novo para ter mais experiência, para eu conseguir fazer um projeto mais desenvolvido e com parcerias fonte - Rap Nacional

Em Disko Mck denuncia as Mazelas de Angola. Adriana Del Ré

Adriana Del Ré SÃO PAULO - O rapper MCKappa (ou MCK) é uma espécie de voz quase solitária em sua Angola. Por suas letras virem carregadas de denúncias sociais e alertando para a democracia ditatorial imposta em seu país, MCK já sofreu ameaças. Já o quiseram calar. Mas ele não se intimidou. “A música é um instrumento de luta”, prega na abertura de seu CD Nutrição Espiritual (Masta K Produsons), o segundo da carreira. Nela, ele defende ainda que o rap angolano tem de trazer a própria identidade, a própria cara, “a fotografia da voz”. “Para que imitar o 50 Cent?”, chega a questionar. Segundo ele, em Angola, não existem muitos rappers nessa linha mais revolucionária. Grande parte deles prefere continuar a copiar o modelo de rapper criado pelo americano, que exalta as festas, as mulheres. Em cada faixa, MCK traça um pouco do retrato de quem vive na favela angolana - que não é muito diferente da realidade de quem mora na favela de qualquer lugar do mundo. Por isso, as agruras contadas e rimadas por ele se tornam tão universais. Em Atrás do Prejuízo, fala da luta diária por trabalho, por sobrevivência. “Eu vou sorrir pra não chorar é mais um dia na minha vida”, diz no refrão. Alerta que a democracia não cai do céu em O Silêncio também Fala, numa referência direta aos governantes de Angola, onde a liberdade de expressão é controlada e o totalitarismo, velado. Longe de ser um rap de entretenimento, desses que ouvimos a toda hora nas rádio, Nutrição Espiritual é um CD de letras diretas, fortes. Não indicado para estômagos sensíveis. fonte: estadao.com.br

Monday, June 11, 2007

Mc K - Nutricão Espiritual (Spot Publicitario)

Mc K com Beto de Almeida - Atras do Prejuizo

Graças à Só Hip Pop que irá distribuir em breve NUTRIÇÃO ESPIRITUAL, o grande público português vai poder finalmente conhecer um dos maiores rappers angolanos da actualidade: MC K. Desde TRINCHEIRA DE IDEIAS, de 2002, que MC K se tem revelado um dos mais talentosos, inspirados e socialmente activos músicos da lusofonia. E basta ver o seu último vídeo para sentir que somos nós, e não ele, quem vai ter de correr atrás do prejuízo por não termos os seus discos disponíveis há mais tempo no mercado português. Estreia nacional do teledisco na última edição do brand:new.

MCK.

Angola needs more artists So, we met. He's young. Tall. Slim. Thoughtful. Clever. Gentle. What more could you want? And he's brave. I've written to Stern's suggesting they sell his music. They should. People would buy it, and like it. It's good. Good tunes, and good words. Might even say brilliant. I've listened to the whole album, Nutrição Espiritual, and liked it all, but a few really stood out. The last bonus track - Duas faces da mesma moeda (Two sides of the same coin) - is a brilliant argument about socialism and capitalism. One voice shouting out all the awfulness that has happened under socialism here, taking Castro down with him; the other voice shouting down the ghastliness of capitalism, the wild brutal greed. It's quick, engaging and so bloody true. I'm sorry to bring things down, but I found myself chuckling the second time I listened through, reflecting on a truly awful debate I heard in Cambridge (yes, the university) with students - did someone say they're the *best* in the world? - discussing economics. It was appalling. Dreadful. Ignorant. Shameful. And here I am, in Luanda, listening to a young rapper, taking the ideologies to pieces, dissecting theory and fact superbly, quickly, swiftly and, heck, musically too. Ey pah. Another one I like is track one, Palavras de abertura (Opening words), with a great line about the great Starlet, a car for which I have a personal soft spot, and another cracker: We're going to take down the party flags and raise up our brains. Track 2 sampling Salif Keita's Moussolou is very beautiful, musically, with slow rhythmic claps kicking in, and more good good truths coming through, coming through, and a chorus from Beto de Almeida that takes you so far down you wonder if you can keep listening: I'm going to laugh so I don't cry/ But one day in my life/ I'm going to sing in order not to think about all the bad stuff in this life. It's about an average day for a student in Luanda: strikes, police, teachers not teaching etc. I could keep going down the list: track 3 is fab, as is track 4, and then track 5 takes you away again, up high, with samples from the wonderful Oumou Sangare. This works: the Angolan rap and the more traditional West African mixes. Not mad about track 6, but quickly rescued in 7 with Algo a dizer (Something to say) and the lovely Toya Alexandre's chorus. You want to keep pressing repeat. It goes on... track 14 I love... superb casual piano sloping and slopping and more lush lyrics that should slap you in the face even if you are only half awake. And that goes to You too. Yes, You. I'm going to stop. Get hold of Stern's and tell them to get hold of the music. If you don't understand Portuguese, don't worry: find someone who does. On the left, Luís Diogo da Silva, artist and car-cleaner. On the right, MCKatrogipolongopongo, rapper and philosophy student. 'Art gives me freedom. Angola needs artists as much as businessmen.' 'Angola has 18 provinces, not just Luanda.' 'Angola doesn't have an owner, she belongs to all of us.' fonte: http:/unstrung.blogspot.com
 
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